Nossa, que post difícil de fazer. Depois de bastante tempo aqui e inúmeras visitas, a gente decidiu olhar pra trás e pensar no que teríamos gostado que alguém tivesse nos avisado antes de virmos pra cá pela primeira vez. Algumas dicas são bem básicas e até meio óbvias para quem já pesquisou sobre a cidade, mas o objetivo desse post era falar sobre o básico mesmo. Então lá vai:
1 | Não tente ver tudo de uma vez.
Conhecer bem Paris exige muito tempo. Eu mesma não conheço tudo ainda. A cidade é repleta de coisas interessantes e históricas e por isso não adianta querer ver tudo em apenas uma viagem. Já vi muitos amigos saírem de Paris frustrados por não terem conseguido ver tudo que era essencial, fora o cansaço acumulado. Então, pense nas suas prioridades. Faça uma lista do que é mais importante pra você e planeje seu tempo de forma que consiga fazer cada visita com tranquilidade. É tudo realmente muito lindo e você não vai querer ficar se preocupando de encerrar um passeio porque tem que estar em outro lugar.
2 | Domine o metrô…
Sim, o metrô é o principal meio de transporte da cidade e o mais rápido e barato. A princípio, o mapa com as 14 linhas, mais as integrações com o RER (linhas do metrô que levam para fora dos limites da cidade) pode ser meio intimidador, mas não tem muito mistério. No segundo dia de uso você já deve estar mais familiarizado, mas se tiver dificuldades ou quiser ter certeza do que está fazendo, o app Paris Metrô é uma ótima ajuda. Uma observação: o metrô não é 24h, fique atento aos horários de funcionamento que variam nos diferentes dias da semana e feriados.
Compra de bilhetes: você tem a opção de comprar o bilhete unitário (1,90 euros) ou o carnê de 10 bilhetes (14,90 euros = 1,49 por bilhete). Para quem vai passar mais tempo, pode fazer um Navigo (cartão pessoal e recarregável, custa 7 euros e pode ser feito dentro de algumas estações, você vai apenas precisar levar uma foto) que pode ser carregado por semana ou por mês (22,80 euros a semana e 75,20 euros o mês). Mas preste atenção: a semana vale apenas de segunda feira a domingo. Então, se você carregar em uma sexta feira, por exemplo, no domingo ele perderá a validade, mesmo você tendo pago o valor da semana toda. A mesma coisa vale para a tarifa mensal, ela vale do dia 01 ao dia 30 (ou 31) do mês vigente. A vantagem é que agora Paris tem uma tarifa única para todas as regiões, então você pode com esse mesmo cartão pegar o metrô, ônibus e RER (que te leva para Disney e Castelo de Versailles, por exemplo) sem pagar nada a mais.
Eu nunca usei o Paris pass (passe de metrô que vale para até 5 dias consecutivos), porque sempre passei períodos mais longos de tempo. Porém, pesquisando mais sobre, acho que os preços são muito salgados e vale bem mais a pena fazer um Navigo normal e carregá-lo por semana ou comprar os carnês com bilhetes avulsos.
“Pry, faz pose de quem domina o metrô”
3 | … mas dê uma chance para o ônibus
Eu demorei a começar a andar de ônibus aqui, pois as linhas são bem mais limitadas e o trânsito de Paris é muito lento. Mesmo assim, ele tem uma vantagem muito grande em relação do metrô: você consegue ver a cidade. Em praticamente todas as linhas, você vai conseguir ver ruas importantes, pessoas caminhando… Você também vai conseguir ter uma noção das distâncias e da geografia de Paris, coisas que os túneis do metrô não te permitem fazer. Eu andava tanto de metrô no início, que não tinha noção de como tudo era tão perto, como a Ópera Garnier e o Louvre, por exemplo. Então, para quem está visitando sem pressa, acho que o ônibus vale a pena. Você pode pegar os ônibus usando o mesmo bilhete ou cartão do metrô ou comprar um bilhete na hora, com o motorista, pagando uma tarifa de 2 euros por trajeto.
Ônibus passando em frente à Ópera Garnier
4 | Traga os sapatos mais confortáveis que tiver
A cidade permite muitos roteiros a pé que valem muito a pena fazer. Mas mesmo que você opte por um outro meio de transporte, pode ter certeza: mesmo assim, você vai caminhar bastante. Na minha primeira visita eu estava com um sapato que eu pensava ser confortável e, mesmo assim, terminei a viagem com muita dor nos pés. Também já vi muitos amigos passarem pela mesma coisa e saírem daqui com muitas bolhas. Então não se iluda com as fotos que você vê na internet de pessoas passeando de salto alto. Realmente os parisienses são muito bem vestidos, mas é muito comum ver as pessoas com roupas mais arrumadas e tênis confortáveis nos pés.
5 | Cuidado com golpes e batedores de carteira
Eu considero Paris uma cidade segura. Mas, infelizmente, como uma cidade muito turística, você vai achar pessoas querendo se aproveitar dos visitantes mais desavisados. Desde o golpe da mulher que acha um anel no meio da rua e vem te oferecer, até um grupo de meninas que vem “fazer uma pesquisa” e coloca os papéis entre você e sua bolsa, sempre tome muito cuidado, principalmente nas regiões com mais aglomerado de gente. Eu já presenciei algumas vezes e pessoas próximas já passaram por isso, sempre perto dos monumentos mais famosos como Sacré-Coeur, Arco do Triunfo e da Torre Eiffel. É muito difícil sofrer um assalto a mão armada, o que acontece mais são ações de batedores de carteira, principalmente dentro do metrô. Então redobre sua atenção nessas situações.
6 | Museus de graça e o melhor horário pra visitar a Mona Lisa
Se você gosta de visitar museus, pode acabar gastando bastante em Paris. As entradas não são muito baratas e a cidade tem milhares de opções. Vale sempre a pena pesquisar quais dias são de graça e ficar atento, porque algumas dessas gratuidades são somente para pessoas de uma determinada faixa etária. O Louvre por exemplo, é gratuito todo primeiro domingo dos meses de outubro a março. Vários outros museus também possuem gratuidades em algumas datas. É importante verificar sempre os sites oficiais para informações atualizadas. Você também pode comprar o museum pass (preços variam de 48 a 64 euros dependendo da quantidade de dias) que é vantajoso se você planeja visitar muitos museus/monumentos em pouco tempo e quer evitar um pouco das filas.
O Louvre é o museu mais visitado do mundo, portanto a fila para entrar geralmente é enorme e é até difícil ver a Monalisa de perto. Então, para quem não curte tanto museus, mas tem vontade de ver o quadro mais famoso do mundo, uma dica legal é ir ao Louvre 1h antes do museu fechar as portas. Todas as vezes que fiz isso, não precisei enfrentar fila alguma para entrar e foi quando eu consegui chegar mais perto do quadro e com mais tranquilidade. Se você for direto em direção à ala Denon, no nível 1, pavilhão onde estão os pintores italianos, você conseguirá ver a Monalisa com calma e ainda passar pela ala Egípcia (direção Sully – nível 0), antes do museu fechar as portas.
Mas mesmo que você não seja muito fã, Paris é o melhor lugar para dar uma chance aos museus. A cidade possui obras de todos os tipos. É realmente encantador passear pelas galerias dos impressionistas do D’orsay, por exemplo. Fora que os próprios museus são uma atração à parte, impossível não ficar maravilhada com a arquitetura do Pompidou e da fundação Louis Vuitton.
Vista do interior da pirâmide do Louvre
7 | Bonjour! Parlez vous français?
Aquela história de que você vai ser maltratado na França se falar inglês é um pouco de exagero, mas é sempre bom aprender algumas palavrinhas. Sempre observo as pessoas bem solícitas e tentando falar inglês com os visitantes, principalmente nos lugares mais turísticos. Mas também já me disseram que não gostam quando alguém já chega falando em inglês como se eles fossem obrigados a saber essa língua. Então, começar gentilmente sua pergunta com um “Bonjour”, demonstra que você está fazendo um esforço e já vai te ajudar bastante.
8 | Planeje suas refeições
Eu sei que é algo difícil de fazer quando estamos viajando, principalmente em Paris que é uma cidade legal de passear meio sem rumo. Também escuto muita gente reclamando que gastou demais em alimentação e não achou as comidas francesas tão boas assim. Realmente, perto dos lugares mais turísticos (que são muitos) você vai encontrar restaurantes com uma qualidade duvidosa e preços meio salgados. Para mim a melhor estratégia é se preparar para comer algo mais rápido durante o dia como um sanduíche comprado em uma padaria (que costumam ser muito bons), um crepe, ou alguma comida de pequenos restaurantes de imigrantes como falafels, kebabs ou sushis. Eles estão por toda a cidade e você vai comer melhor do que em fast food, por um preço mais em conta. Reserve sua noite para aqueles restaurantes que talvez fiquem um pouco mais afastados dos regiões movimentadas (daremos todas as dicas por aqui). Neles você vai encontrar comidas muito boas e bem preparadas e com custo-benefício que vale bem mais a pena. Muitos restaurantes em Paris fecham durante a tarde e reabrem de noite. Vale a pena planejar os horários e fazer sua reserva. Outra dica importante e bem básica: se você não gostar de carne crua, não peça o steak tartare! Ele está em quase todos os menus e consiste em carne crua, cortada em pedacinhos e bem temperada. Outra forma de economizar bastante é pedir água da bica para beber “carafe d’eau”, é de graça e é disponibilizada em todos os restaurantes e bares.
Falafel famoso em Paris por 6 euros
9 | Suba na Torre Eiffel
Sim, custa caro, tem fila e às vezes vai estar um frio congelante mas, ela é ainda mais impactante pessoalmente e, se vc tiver que fazer uma só coisa em Paris, é subir e admirar a vista incrível. Vá para o Trocadero, se deslumbre com ela, tire fotos, desça os degraus, atravesse o Sena e suba! Se o tempo permitir, reserve uma horinha para fazer um piquenique no Champ de Mars para admirá-la um pouquinho mais. Ir ao final da tarde e ver o pôr do sol enquanto a torre começa a se iluminar é indescritível. (em breve colocaremos aqui um post com os melhores lugares para tirar fotos da Torre)
10 | Fuja do óbvio!
Conheça os lugares turísticos, eles valem muito a pena, mas também fuja do óbvio e tente visitar lugares que tenham mais a ver com o dia a dia dos parisienses. Esses lugares também podem ser uma boa opção para economizar em hospedagem ainda ficando dentro de Paris. Hotéis na região de Pereire, no 17eme, por exemplo, podem ser bem mais em conta que no 4eme que é mais central e perto dos pontos turísticos, mas você ainda vai ter bons acessos a transporte público, segurança e vai encontrar muitas coisas interessantes e diferentes por perto. Se você optar por ficar fora dos limites de Paris, vai economizar mais e ainda pode encontrar lugares bons e perto de estações do RER, que vão te levar para o centro de Paris muito rapidamente. Porém, nem todas as regiões próximas à Paris são tão tranquilas, então tome cuidado. Faça sua pesquisa antes de viajar, porque vai valer a pena. Saindo das regiões turísticas, você vai comer melhor e mais barato, ir a bares interessantes, conhecer o verdadeiro clima de Paris, pegar menos filas e aglomerações e relaxar mais!
Uma rua típica do 17eme arrondissement de Paris
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